Éder Azevedo |
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Tiago Lacerda e Letícia Verni tiveram certeza que ficariam juntos após o primeiro beijo |
O simples ato de beijar tem a capacidade de modificar por completo um relacionamento. Na vida amorosa, o beijo pode revelar como está a temperatura do romance. Hoje, dia 13 de abril, é o Dia do Beijo, uma prática social que tem mudado de significado no decorrer dos tempos.
A psicóloga e especialista em relacionamento afetivo Eliete Amélia de Medeiros define que, atualmente, o beijo é um instrumento de conquista e não mais o símbolo de demonstração de afeto e carinho. “Por isso se vê todo mundo beijando e ficando”, pontua.
O beijo para gerações passadas significava algo a mais. A psicóloga relembra que um casal beijando em público passava a mensagem de compromisso.
Contudo, o ato pode matar. Vide o célebre beijo de Judas Iscariotes em Jesus Cristo entregando o Filho de Deus à morte, há mais de 2 mil anos. O padre Marcos Pavan, da Catedral do Divino Espírito Santo, lembra que a tradição da época quando uma pessoa recebia a outra dava um beijo de saudação. No caso, o beijo de Judas identificou Jesus na escuridão para os guardas do templo o prenderem. “Foi uma armação”, conta. A narrativa da traição de Judas aparece na Bíblia nos evangelhos de Mateus (capítulo 26, versículo 48), Marcos (capítulo 14, versículo 44) e Lucas (capítulo 22, versículo 47).
Beijar é algo tão importante pela sua capacidade de mensurar o nível das relações humanas. A psicóloga define que a psicologia interpreta o beijo como uma demonstração de afeto e carinho, independentemente do conteúdo cultural. Um rito de passagem é o primeiro beijo para meninas e meninos. O pré-adolescente e adolescente têm expectativa, ouvem muito a respeito e desenvolvem a vontade de experimentar. “É um desafio na vida deles e marca como algo bom ou ruim. O primeiro beijo é decisivo e é a introdução da vida amorosa e, muitas vezes, sexual do adolescente”, frisa.
Enamorados falam sobre o beijo
O Jornal da Cidade foi às ruas de Bauru para capturar o sentimento das pessoas que falam com muito cuidado sobre beijar e com quem trocam beijos. A jovem Pamela Cristina não esquece o primeiro beijo que trocou com o namorado, Bruno Luís: “Foi no dia 10 de maio de 2009. Foi muito importante”. Ela lembra sem titubear que o namoro completou 3 anos e 11 meses na última terça-feira.
O casal de namorados Tiago Lacerda e Letícia de Oliveira Verni caminha desenvolto de mãos dadas. Assim como Pamela, Letícia tem como registro fotográfico o carinhoso primeiro beijo com Tiago. “A partir do primeiro beijo, a gente já tinha certeza. Temos o mesmo foco e pensamos no futuro. Estamos juntos há 2 anos e 8 meses”, dispara. Confirmando o sentimento da namorada, Tiago diz que beijar representa o relacionamento. “É o amor verdadeiro”, define.
Jonathan Ferreira Bertocci, 20 anos, comemorava o nascimento da filha Maria Eduarda, na última terça-feira. Feliz com a esposa Jéssica Alves, indica que o relacionamento está afinado. “Beijo muito minha mulher. É uma forma de demonstrar o sentimento de amor e carinho”, destaca.
Amor
Para Eliete, o beijo no relacionamento amoroso, atualmente, dá o tom do nível de afeto e da condição de conquista. “Do namoro vem muito a empolgação”, frisa. Nas fases de noivado e casamento é o compromisso. “Vale muito para firmar um sentimento entre os dois.”
Os casados que mantêm o hábito do beijo, conforme a psicóloga, refletem uma relação ainda demarcada por uma relação do “fogo da paixão”. Na sua experiência, Eliete ouve muitos relatos de casais que não têm por hábito o beijo. “Não beija por quê? Ninguém vai para cama fazer amor sem beijo. Os casais deixam cair no cotidiano, mas o beijo é fundamental em qualquer relacionamento amoroso”, alerta. Ela diz que é preciso beijar, mas beijar em uma condição especial. “É preciso se entregar e sentir o outro”, sugere.
Procura
Na sua experiência no consultório e na direção executiva da agência de relacionamento Eclipse Love, a psicóloga e especialista em relacionamento afetivo Eliete Amélia de Medeiros verifica que há uma busca intensa para encontrar o amor. “Só que as pessoas têm medo de olhar para os olhos e se dar uma chance”, ressalta.
A psicóloga defende que, para se chegar ao amor, é preciso dar oportunidade para se conhecer. Ela é adepta da máxima de que “ninguém vem pronto” e as pessoas têm que se lapidar. “O amor é muito importante e é preciso beijar muito”, finaliza.
Banalização
Atualmente, algumas pessoas encerram sua participação na balada contabilizando o beijo como estatística de quantos deu e com quantas pessoas diferentes trocou beijos. “Deixou de ser demonstração de carinho, mas sim um número”.
‘Beijo de cinema’
O cinema hollywoodiano não apenas impõe o modo de vida norte-americano como também anuncia tendências da moda, música, alimentação e comportamento. A expressão “beijo de cinema” escancarado na telona virou marca de Hollywood. Eliete comenta que as interpretações finalizadas por beijos de tirar o fôlego demonstram que a relação é de um grande amor e emoção.
A psicóloga lembra que, inconscientemente todos têm um sonho da felicidade no amor reforçada por filmes. “O beijo do amor verdadeiro. Acho isso positivo porque vai ficando no inconsciente e no consciente”, avalia.
www.eclipselove.com.br
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