Eliete Matielo, caçadora de corações: “Já casei um cliente de 91 anos”
Dona da Eclipse Love, a psicóloga busca namoradas para homens dispostos a pagar a partir de R$ 5 mil pelo serviço – e garante que já formou muitos casais
VIDA URBANA, VOZES DA CIDADE - FOTO: DANIELA TOVIANSKY/ÉPOCA SP - 08/11/2011
Sou psicóloga especialista em doenças de fundo emocional. Entre todas as patologias, sempre existiu a queixa da falta de amor. Os homens falam que não há mulher para namorar. As mulheres dizem que nenhum homem presta. Mas ninguém quer viver sem. Então eu tento harmonizar isso de alguma forma.
O trabalho de heart hunter é diferente do oferecido pelas agências. Eu atendo apenas a homens de nível superior, entre 35 e 65 anos. Eu trabalho por um ano procurando a mulher ideal para cada um. Não significa que os clientes não sejam atraentes, mas não querem mais se arriscar. Eu faço toda a triagem e apresento para eles mulheres compatíveis. Meu trabalho é personalizado, atendo no máximo a 40 homens. Meus clientes me ligam até de madrugada para contar como foi o encontro.
Não trabalho para as mulheres, porque acho que elas são mais ansiosas e já querem logo saber quando terão um encontro. Faço parcerias com psicólogos, cabeleireiros e profissionais que atuam diretamente com o público feminino. Afinal, que mulher não conta tudo para o cabeleireiro? Caso elas tenham o perfil que eu estou buscando e estejam interessadas, meus parceiros as encaminham para mim. Elas não pagam nada por isso. O homem já pagou, na verdade.
Já tive um cliente de 91 anos. Quando ele chegou, não sabia o que fazer. Era um alemão bonito, de olhos azuis, alto, mas não tinha um braço. Já tinha perdido a mulher, a filha e a neta. Trabalhei muito, porque não é comum eu ter cadastro de mulheres mais velhas. Consegui algumas na faixa dos 60 e ele acabou se casando com uma delas.
As pessoas levam o fim de um relacionamento como uma afronta pessoal, mas não significa que você tenha perdido seu valor. Antes, falavam em achar a outra metade da laranja, a cara-metade. Não. Nós já nascemos inteiros. Somos uma laranja completa. O que nós podemos fazer é encontrar outra laranja e fazer um suco mais produtivo
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